Você
já parou para pensar na importância de se estruturar uma empresa? De se definir
quem é cacique, índio, ou apenas o “seu” Zé?
Então...
Eu e outros colegas partimos para um grande desafio, estudar a estrutura
organizacional de uma empresa de médio porte aqui de PoA, que por motivos
éticos não vou citar o nome.
No
relato de uma funcionária (minha colega de classe inclusive) o primeiro susto:
os salários não tinham nenhum critério, os gerentes apenas definiam no “olho”
quem ganharia o quê. Vocês conseguem imaginar o dano que isso pode trazer à
empresa? E não só financeiro, mas de posicionamento mercadológico, de valores,
conflitos internos, imagem e muito mais.
A
princípio tentamos fazer um retrato em organograma, mas ficou quase impossível
de entender, então conversamos com uma das proprietárias da empresa e com sua
ajuda (muito gentil, acrescento) definimos conforme figura abaixo:
E agora ficou claro para você
o fluxo da empresa? Difícil definir, a hierarquia é confusa e não há um
roteiro, os processos acontecem aos “trancos”. Mas a empresa está lá, sólida,
lucrativa. Mas sua estrutura não permite acompanhar às tendências de mercado,
não suporta expansão. Para sobreviver ela terá que permanecer média, pois
crescer poderá decretar sua falência.
Imaginem um cenário onde
analista faz trabalho de auxiliar e vice versa, auxiliares ganhando mais que
assistentes, que por sua vez também fazem trabalho de analista. Gerentes que
respondem a encarregados, motorista vinculado à presidência, secretária
responsável por contratos.... É uma anarquia organizacional!
Não preciso mencionar que o
clima é de tensão, insatisfação quase generalizada e alto turnover.
A empresa se baseia no
princípio da sorte nas suas relações trabalhistas, no chamado jeitinho
brasileiro, “vai que dá certo?”.
É importante atentarmos que um
plano de cargos e salários e até mesmo de carreira é fundamental para atrairmos
e principalmente, mantermos talentos, pois nele está incutido um sentimento
motivador muito forte. A política do jeitinho não pode existir em ambientes
altamente competitivos onde a profissionalização é a chave para o sucesso.
Atualmente não há legislação
trabalhista que trate especificamente da Gestão de Cargos e Salários. No
entanto, indiretamente, há princípios que acabam por proteger o trabalhador de
certas incoerências ou distorções que possam ocorrer em suas remunerações, que
no caso específico desta empresa é conhecido, mas como poucos funcionários
acionam a justiça torna o procedimento “lucrativo”. Claro que no âmbito do que
a empresa entende por lucro, pois se analisarmos em profundidade, poderia
render muito mais se houvesse profissionalização, além dos chamados ganhos agregados.
A falta do plano de cargos e
salários na empresa geralmente traz definições de salários, promoções ou reconhecimentos
sem uma adequada avaliação para este reconhecimento, totalmente explicito neste
caso.
A importância do plano de
cargos e salários está justamente na possibilidade de se garantir esta
isonomia, através do exercício da avaliação da estrutura funcional separando
tarefas e responsabilidades que corresponderão a cada cargo, atribuindo-lhes
valores justos e coerentes.
A essência para o bom
andamento de uma organização atrativa à massa trabalhadora em geral e em especial aos "talentos", está na
garantia de seus valores, na solidez e transparência de suas ações. Em enxergar
possibilidades de crescimento por mérito, no reconhecimento justo a suas
atividades.
Agora estamos trabalhando na
readequação desta empresa de acordo com sua realidade, realizando entrevistas e
outros estudos. O processo não será fácil, e cabe à empresa entender sua
importância e investir consciente, pois o ganho virá de inúmeras vertentes, e
com certeza para nós da área de gestão de pessoas, a satisfação no rosto do
empregado é impagável. Ainda mais que nós, os fiéis da balança, temos que saber
agradar a gregos, troianos, e muitas vezes também aos argentinos (hehe)...
Essa é a nossa vida. Pôr para
fora o negociador que existe em cada um de nós a todo instante é apenas parte
do encantamento que esta área nos traz... Sempre incansáveis, sem nunca perder
a visão do macro, atingindo resultados para todos.
Alguns conceitos
gerais que envolvem a implantação de cargos e salários em uma empresa:
- Tarefa: é a unidade do trabalho que requer certa habilidade mental ou física para determinado fim.
- Função: é um conjunto de tarefas e responsabilidades atribuídas a um cargo.
- Cargo: é uma composição de funções ou atividades equivalentes em relação às tarefas a serem desempenhadas, o qual é definido estrategicamente na busca da eficiência da organização.
- A diferença entre cargo e função é que o cargo é a posição que uma pessoa ocupa dentro de uma estrutura organizacional determinado estrategicamente, e função é o conjunto de tarefas e responsabilidades que correspondem a este cargo.
- Salário: é o pagamento em dinheiro como contraprestação ao trabalho, podendo ser fixo ou variável.
PArabéns gostei de sua explicação.
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