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domingo, 24 de junho de 2012

Desempenho escolar ajuda a ganhar vaga de trabalho

A necessidade de diminuir as frustrações ao preencher cargos que exijam habilidades específicas começa a levar empresas a pesquisar a fundo o histórico dos candidatos

Sabe aquelas notas da escola e da faculdade, perdidas em boletins e históricos dentro de gavetas? Elas podem ter muito mais importância do que se imagina. O desempenho escolar dos candidatos vem ganhando força no critério de seleção de empresas, cada vez mais rigoroso para frear a alta rotatividade.
Ao contrário dos Estados Unidos, onde as notas escolares são pré-requisito para o ingresso em universidades e no mercado, no Brasil a prática não costumava ser comum. Porém, a necessidade de diminuir frustrações ao preencher uma vaga que exija habilidades específicas começa a levar empresas a avaliarem o desempenho escolar dos candidatos.
— As companhias estão em busca de talentos, de pessoas com raciocínio rápido, criativos e inovadores. E esse potencial costuma aparecer no histórico escolar, seja em notas altas ou em ações desempenhadas durante a formação — aponta Luciane Beretta, vice de marketing da Associação Brasileira de Recursos Humanos.


Nas empresas, um histórico positivo é encarado como sinal de que a base de conhecimento do candidato possibilitará desenvolvimento rápido na carreira.
— Uma pessoa que teve um desempenho escolar acima da média tende a ter facilidade maior de ser qualificado para determinada vaga, em curto prazo — aponta Homero Reis, coaching organizacional.
Outro critério na seleção é a preferência por alunos de escolas de primeira linha
Reis pondera que a mesma nota em escolas públicas e privadas pode ter pesos diferentes. Por isso, o que conta não é apenas o valor numérico, mas a trajetória do aluno ao longo de toda a formação.
Outro critério usado pelo mercado é a preferência por alunos das chamadas escolas de primeira linha ou que tenham sido classificados entre os primeiros no vestibular. Mas, se o boletim do profissional apresentar apenas notas razoáveis, não há motivo para pânico. O histórico escolar é parte de um conjunto de requisitos e, sozinho, não elimina ninguém.
A análise do candidato de acordo com o desempenho escolar passou a ser adotada recentemente pela AST Facilities, empresa gaúcha prestadora de serviços de higienização em corporações empresariais.
— Avaliando o histórico escolar, conseguimos identificar a competência individual dos profissionais, o que diminui a probabilidade de frustração na contratação — explica o diretor Flávio Nascente dos Santos.
A metodologia foi aplicada na escolha do novo diretor de operações da AST, Renato Ganime, 30 anos. Formado em Educação Física no Rio de Janeiro, o carioca atuava há nove anos no setor de hotelaria — recentemente como vice-diretor de um hotel na Praia do Forte, na Bahia. O bom desempenho em um MBA em Gestão Empresarial, no entanto, foi decisivo para ser o escolhido pela empresa gaúcha.
— Eu não tinha experiência nessa área, mas demonstrei ter competência nas áreas organizacionais e de controladoria — disse Ganime, que há pouco mais de um mês se mudou para Porto Alegre.

Pontos a favor
Desempenho com regularidade
Manter regularidade nas notas ao longo da formação escolar é importante. Desempenhos com altos e baixos podem ser vistos como desinteresse ou dificuldade em determinada disciplina.
Escolas renomadas
Estudar em escolas públicas ou cursos técnicos reconhecidos influencia no aprendizado. Porém, de nada adianta estudar numa instituição de qualidade se o nível de aproveitamento do aluno for baixo.
Histórico valorizado
Tudo o que for feito no período escolar é importante, desde notas boas a projetos paralelos — como ações na universidade/escola ou na comunidade.
Autodidatismo
A escola não é a única responsável pela formação de um profissional. O interesse em aprender por meio de leitura, cursos extras e observação é fundamental para o crescimento.
Fonte: Luciane Beretta, vice-presidente de Marketing da ABRH

O que também conta pontos na avaliação
> Currículo completo (com todas as competências e habilidades) aumenta as possibilidades de um candidato ser chamado para entrevista
> Experiência em outros empregos, com eventuais referências
> Projetos desenvolvidos, por iniciativa própria ou voluntário
> Língua estrangeira, pelo menos uma
> Demonstração de valores e objetivos na
profissão

Zero Hora

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