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sábado, 6 de novembro de 2010

O perfil e os desafios do profissional do futuro


Para não ser atropelado pelo ritmo cada vez mais intenso do mundo corporativo, o profissional deve estar atento e preparado. Mas a maneira como este indivíduo está se preparando ou pretende fazê-lo é que fará a diferença. Karin Parodi, diretora da Career Center, consultoria especializada em gestão estratégica de RH e outplacement, lembra que estudos mostram que a quantidade de novas tecnologias tem dobrado a cada dois anos, o que significa que o indivíduo precisa o tempo todo traçar o futuro da sua carreira.
Jacqueline Resch, da Resch Recursos Humanos, concorda que o ritmo do mercado de trabalho está cada vez mais frenético, mas ressalta que cabe ao profissional ter muito claro seus valores, objetivos e prioridades.
- Hoje, as demandas são inúmeras e, se não é possível dar conta de tudo, há que se estabelecer prioridades e negociá-las - afirma, acrescentando que aceitar todas as solicitações pode ser o caminho para o insucesso.
- É claro que as mudanças constantes exigem uma alta dose de flexibilidade. Novos cenários exigem reposicionamento rápido, mas o importante é se comprometer com aquilo que é possível entregar - enfatiza Jacqueline.
Diante deste cenário, é natural que haja mudança no perfil dos profissionais, uma vez que, segundo Karin, o "funcionário do futuro" precisa trazer resultados esperados num mercado cada vez mais imprevisível:
- É imprescindível a busca constante pela atualização, educação continuada e o autoconhecimento. O profissional que conhece suas habilidades, competências e pontos fortes consegue maximizar suas potencialidades e, desta forma, trazer os resultados que a empresa espera.
Jacqueline Resch lembra que as empresas buscam profissionais antenados com as demandas do contexto, capazes de empreender ações que respondam a estas demandas, com alta dose de flexibilidade e com capacidade de lidar com situações instáveis e estressantes. Buscam cada vez mais pessoas abertas ao novo, pró-ativas, que entreguem resultados e que exerçam papel ativo no seu próprio desenvolvimento:
- Mas tudo tem um limite. A capacidade de estabelecer prioridades e negociá-las é essencial. Quando isto é feito com competência e consistência, gera credibilidade e respeito. 
Competências que devem ser trabalhadas
Profissionais mais ágeis e adaptáveis a mudanças do mundo corporativo certamente vão chamar atenção das empresas e garantir sua posição no mercado. E algumas competências são mais valorizadas em ambientes multiculturais e de muita pressão. Um exemplo, diz Karin Parodi, é a capacidade de relacionamento e é por isso que muitas vezes uma experiência no exterior pode ser um diferencial para o profissional, já que esteve exposto a diferentes culturas e padrões de comportamento.
Para a consultora, cultivar constantemente a inteligência emocional também é fundamental, pois alia a capacidade de se motivar e persistir diante de frustrações, procurando conhecer e lidar com as próprias emoções.
Outra competência valorizada é o autodesenvolvimento: o profissional que alia suas ações de desenvolvimento às demandas da organização e ao mercado tem maiores chances de obter sucesso em sua carreira.
- É papel de cada profissional buscar a consolidação de conhecimentos, além de manter-se capacitado para assumir novos desafios - acrescenta Karin.
Segundo a diretora da Career Center, o indivíduo também deve exercitar a capacidade analítica e o raciocínio lógico e estratégico para conseguir acompanhar as mudanças que ocorrem no mercado e dentro da organização:
- O indivíduo deve saber a ler o contexto organizacional e do mercado, traçar cenários e se predispor a agir atento aos resultados com foco na superação constante.
Já quando se trata de uma transição de carreira, é fundamental fazer o levantamento das atividades desenvolvidas e resultados alcançados para valorizar as próprias competências, capacidades e habilidades adquiridas. Com o resultado desse levantamento, diz Karin, o profissional prepara-se e se posiciona corretamente no mercado, apresentando-se mais maduro e adaptável aos novos desafios:
- Ele vai saber gerir suas competências e explorar as características pessoais e profissionais que lhe trarão mais exposição e eficiência.
Independentemente das competências do profissional, Jacqueline Resch acredita que o principal desafio do profissional do futuro é saber equilibrar sua vida profissional e pessoal. Segundo ela, cabe a ele buscar seu aperfeiçoamento e procurar reciclar-se constantemente, sem no entanto descuidar-se de outros aspectos de sua vida.
- Vida familiar, social, cultural são fontes de crescimento e exposição a novas experiências que abrem novas perspectivas. Quando falamos em estar aberto ao novo, estamos falando de algo muito maior do que as novidades tecnológicas das áreas específicas. Pessoas equilibradas e satisfeitas certamente são mais criativas - completa.

O Globo- 19/01/2010

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