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terça-feira, 16 de agosto de 2011

Conversas entre RH’s do Brasil e do Mundo

Competitividade, inovação e conhecimento são palavras chaves em qualquer grande empresa hoje, principalmente nos setores de RH ou de gestão de pessoas. Imagina a cena, um grupo de gestores de recursos humanos em uma grande mesa redonda discutindo as novas tendências em gestão de pessoas, e o quanto o processo de gestão do conhecimento e inovação pode ampliar suas fronteiras de negócios e melhores resultados.

O encontro se dá em um momento onde o mundo sofre de um crise internacional, os mercados se movimentam, e o Brasil se torna a “bola da vez” para o comércio e principalmente para os investimentos estratégicos do século XXI, ou até para muitos um grande porto seguro (tendência).
Na mesa um gestor chinês, um sul coreano, um indiano, um russo, um angolano, um americano, um alemão e claro, ele o brasileiro.


Cada um expondo seus pontos de vista e ao mesmo tempo apresentando as preocupações para os próximos 10 anos. Claro que no momento de iniciativas o americano disparou, “nossas tendências estão em expandir o processo de inovação, sem necessariamente criar algo novo, mas extrapolar o que já foi criado. Idéias, ou invenções somente Deus, nós americanos inovamos a própria natureza. O profissional de hoje deve ter a capacidade de criar em cima do já criado, e conseguir diferenciar com foco em lucro intenso”.

Nesta hora o chinês provocou: “Na China hoje o capital intelectual é produzido com um claro objetivo, ter alta capacidade de gerar riqueza, mesmo que muito disto seja absorvido ou conquistado nas melhores escolas nos Estados Unidos e Europa, e também entendendo que existem regiões estratégicas como Brasil e África que precisamos conhecer profundamente suas culturas, valores e formas de negociação, inclusive suas línguas. E inovar para nós vai muito além….”.

Entre preocupações de crescimento econômico e rivalidade comercial, o sul coreano se posicionou: “para nós o profissional tem que ter uma visão global, e com muita capacidade de inovar, mas principalmente em ter uma bagagem cultural e acadêmica forte para criar valor agregado, e entender que nossa riqueza cultural se mostrará ao mundo por nossa inteligência e capacidade de gerar e gerir conhecimento”.
O interessante da conversa está na intensidade da competitividade entre os países, principalmente na agressividade comercial e a luta entre ocidente e oriente por um lugar ao Sol. E neste ponto para um ponto de Minerva surge o alemão, que sua postura firme e rígida extrapola: “nós gestores devemos pensar na capacidade produtiva do profissional, e o quanto o conhecimento pode aumentar a mesma, e principalmente em envolver este conhecimento em alta tecnologia, a mesma que mostramos durante anos, o nosso padrão de qualidade alemão, rigoroso e principalmente eficaz.” Depois do rigor alemão, o russo não perdeu tempo: “o BRIC será um dos grande movimentos diferenciais para este novo século em Rússia, e principalmente em trazer para o profissional russo novas direções competitivas, e o quanto nossa capacidade de liderança e geração de novos conhecimentos são frutos intensos para visão de uma nova Rússia, oriental e ocidental”.

Depois de tanto alarde competitivo, visão forte sobre inovação e conhecimento, o indiano com sua naturalidade, entre calma e visão agressiva falou: “inteligência é nosso foco. Gerar criatividade a partir de um foco, e usar nossas fraquezas do passado para estimular o quanto a Índia pode mostrar ao mundo suas fortalezas, e principalmente o foco em engenharias e principalmente em tecnologia”. A partir daí, depois de tantas visões, especulações e foco em inovar, crescer e competir, o angolano dispara suas angústias: “hoje nosso país cresce de forma intensa, mas com um grande problema a falta de mão de obra básica e principalmente qualificada para liderar as empresas que farão uma nova Angola. Uma Angola com riquezas naturais e necessidades intensas. O país precisa de líderes empresariais, e busca hoje no mundo profissionais que possam contribuir com este crescimento, e principalmente em formar o povo angolano para um novo desenvolvimento intelectual, e com foco em desenvolvimento para depois inovar”.

Depois de observar tudo, o brasileiro com sua visão cosmopolita, alegre e descontraída foi categórico: “em nosso país sonhamos um dia que os tributos serão reduzidos, que o governo apresentará um política clara e forte de investimentos em educação e que o apagão de talentos que o Brasil vive hoje será coisa do passado. Hoje o grande desafio de um gestor de recursos humanos no Brasil é ter a capacidade de encontrar e potencializar conhecimentos dentro das organizações. Em enxergar líderes e multiplicadores de conhecimento, que possam inovar e principalmente em desenvolver uma nova forma de gerar conhecimento produtivo, conhecimento que agrega valor, o mesmo que tira o Brasil de uma plataforma de commodities para uma plataforma de alta tecnologia. O desafio do gestor é mobilizar para a transformação, e entender que o que está acontecendo com o Brasil hoje poderá ser a grande transformação do mundo nos próximos 20 anos. O profissional de recursos humanos tem pela frente entender o que o pré-sal e toda a nova riqueza brasileira significam para o mundo, e visualizar que as empresas “estrangeiras” querem profissionais altamente qualificados, e com uma visão e vontade de transformar, de mudar e principalmente de vencer. O Brasil para todos vocês profissionais de RH’s do mundo é uma escolha estratégica e sem volta, e nós no Brasil para os próximos 10 anos devemos estar atentos ao que a competitividade mundial nos cobra. Espero que os próximos anos possamos produzir um número maior de intelectuais produtivos, de novos engenheiros, e principalmente de profissionais inovadores que mostram que o capital intelectual produtivo do Brasil de uma vez por todas gera valor agregado para a chamada marca Brasil”.

Todos olharam para o brasileiro e foram categóricos: “é a vez do Brasil, mas será que o Brasil já enxergou isso?”. Tributos e educação não combinam, mas será que o Brasil enquanto Nação já se apercebeu que muitas empresas brasileiras e multinacionais sofrem em contratar todos os dias mão de obra qualificada? São diversas posições de trabalho no Brasil que hoje são ocupadas por estrangeiros. E muitos brasileiros que reclamam que não conseguem uma nova posição, ainda não foram desenvolver suas principais capacidades, inteligência e criatividade.

Blog Brasil no Mundo - Exame

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